Pantheon.org segundo Nielson e Norman

 

 

O design do site pantheon.org está, na minha opinião, bastante perto dos princípios do Web Designer Jakob Nielsen. Com um recurso muito baixo a efeitos visuais, como fotografias ou grafismos, para a homepage do pantheon e o site useit.com de Nielsen serem mais idênticos só faltava o aumento do tamanho de letra. Na maioria das secções do site, as hiperligações encontram-se bem organizadas de forma a permitir uma boa interacção com o utilizador na pesquisa dos conteúdos pretendidos. No entanto, nas secções onde se encontram os artigos respeitantes a cada mitologia, estas hiperligações carecem de uma boa visibilidade. Embora as hiperligações para os artigos em si (deuses, personalidades importantes, etc) estejam bem perceptíveis, a cor, o aspecto e o tamanho das hiperligações de navegação fazem com que, muitas vezes, estas se tornem imperceptíveis ao utilizador menos atento. Salvo por um acaso de sorte, é necessário observar a página com alguma atenção para as encontrar.

 

Se, por outro lado, analisarmos o aspecto do pantheon por uma filosofia mais próxima de Donald Norman, então encontramos várias falhas no que conta ao apelo ao “coração”. Embora, como dito anteriormente, o site seja bastante fácil de usar, na sua maioria, o seu aspecto é pouco apelativo. A existência de grafismos é reduzida aos cabeçalhos (muito pouco elaborados) e a algumas imagens de reduzidas dimensões. O tipo de letra é sempre o mesmo: Arial preto para o texto e Arial azul para os títulos. Embora dê um ar mais profissional ao site, este aspecto torna-o enfadonho e, excepto no caso dos utilizadores a quem a mitologia se revele como um grande interesse, facilmente o público se afasta desta página para procurar as informações noutros locais menos fiáveis, mas com um aspecto gráfico mais atractivo.

 

Pantheon.org é um site que, voluntariamente ou não, encontra-se, na sua maioria, próximo da filosofia de Jakob Nielsen da máxima usabilidade embora, se encontre muito aquém no que diz respeito ao princípios defendidos por Donald Norman de junção entre o útil e o agradável.

Pantheon.org – 1ª Análise

 

 

Sendo um apreciador de diversas mitologias, desde há vários anos, o site que escolhi para analisar foi o pantheon.org. Este sítio é um arquivo mitológico (que os autores referem como enciclopédia) de todas as religiões do Mundo (politeístas e monoteístas) e está subdividido por Continentes – embora separe o Médio Oriente do resto da Ásia.

 

O aspecto gráfico do “site” não foi criado do modo mais apelativo: a página inicial pode ser descrita como uma página branca e cinzenta, com alguns menus de hiperligações e um pequeno texto introdutório, sem qualquer imagem ilustrativa do tópico tratado – à excepção de uma barra castanha no topo com “gravuras” que poderiam muito bem ilustrar uma página que só tratasse da Grécia Antiga. Aliás, se quem abrisse o “site” pela primeira vez visualizasse apenas esta barra, sem o título e o motor de busca, dificilmente adivinharia o tema tratado. Este é um ponto importante em qualquer local “Web” que aqui é bastante descurado.

 

No entanto, em qualquer design, mesmo de um “site” da Internet, temos que ter em conta a função. Quem entra no Pantheon tem, à partida, como principal interesse aprender mais sobre os deuses, as criaturas e os heróis das religiões do passado e do presente. Neste aspecto, os designers do sítio falharam em muito pouco.

 

O “site” oferece a possibilidade de visualizar as mitologias existentes num dado continente (pelos “links” colocados no texto introdutório), assim como a possibilidade de nos direccionarmos directamente para a mitologia pretendida (através do menu “Jump to area”). Em cada mitologia, é-nos apresentado um pequeno texto com um resumo da “religião” em causa – ou do povo que a adoptou – antes da hiperligação que permite aceder a todos os artigos desta área.

 

A organização puramente alfabética dificulta a distinção entre deuses ou heróis (não faz a distinção entre estas duas categorias), mas mesmo neste aspecto o problema é de reduzidas proporções: na única mitologia com um elevado número de heróis (a Grega), os autores dividiram-na numa parte dedicada aos deuses e criaturas e noutra exclusiva para os humanos que tantos desafios enfrentaram.

 

No departamento da usabilidade, o único problema é o da existência de links para voltar um ou dois passos atrás no caminho já percorrido. Eles existem, numa linha que indica a cada momento em que lugar do “site” estamos, mas não é muito perceptível a utilizadores menos atentos que se arriscam a voltar à página inicial usando a hiperligação para a “home” do pantheon.org (bem mais visível).

 

Resumindo, pantheon.org é um sítio para quem gosta ou deseja conhecer as mitologias do mundo que, embora seja apresentado com um aspecto gráfico pouco apelativo, compensa com uma navegação boa, no geral, e com o tratamento (conteúdos) de todas, ou quase todas, as crenças da história da humanidade.