Modelos de Comunicação

Posted in Uncategorized on Fevereiro 6, 2010 by André Leite

Depois de alguns problemas técnicos e afins, eis que finalmente terminei o trabalho de modelos da comunicação. Para comemorar, deixo-vos a versão integral naquele que será o maior post que alguma vez realizei.

 

Todas as ciências sociais carecem de exactidão. Ao contrário da física, da química ou da matemática, ciências que, à partida, possuem resultados fixos para um dado problema, as ciências sociais são afectadas pelo elemento humano. Somos seres imprevisíveis, carregados de emoções, com a capacidade de escolha. Como tal, não podemos encontrar uma solução exacta para os fenómenos que ocorrem na Sociologia, na Pedagogia, na Economia ou na Comunicação. Os teóricos destas áreas, para suprimirem essa lacuna das ciências sociais, criaram modelos. Não sendo aplicáveis a 100% dos seres humanos, os modelos procuram simplificar uma realidade, focando os principais elementos dos diversos processos e estruturas humanas e as suas relações para que se torne, desta forma, possível o estudo dos fenómenos sociais.

      Quanto aos Modelos de Comunicação, existem quatro grupos principais: os Modelos de Base Linear, os Modelos de Base Cibernética, os Modelos de Comunicação de Massas e os Modelos Socioculturais.

Modelo de Base Linear

      Este tipo de modelo tem uma grande relação com o Modelo de Comunicação de Massas por duas razões: os modelos iniciais explicavam as ditaduras europeias recorrendo aos mass media e os verdadeiros Modelos de Comunicação de Massas foram criados, inicialmente, como refutação destes modelos.

      O modelo de base linear mais conhecido foi criado por Harold Lassewell, tendo sido uma evolução da Teoria Hipodérmica. Esta teoria foi criada no período em que homens como Hitler e Mussolini chegaram ao poder na Europa. Com esta teoria nasceu, também, o termo sociedade de massa. Apoiada na Psicologia Behaviorista, esta teoria diz que uma mensagem, após recepcionada pelo público, é completamente absorvida – daí ter ganho a alcunha Teoria da Bala Mágica (Bullet Theory).

      Lassewell, desdobra o acto comunicacional em cinco perguntas: quem comunica? (emissor), o que diz? (mensagem), por que canal? (meio), a quem diz? (receptor) e com que efeito? (efeito). Apesar das suas inovações, este modelo apoiava-se, implicitamente, no pressuposto da Bala Mágica segundo o qual a iniciativa pertence apenas ao emissor e os efeitos apenas se fazem sentir no público. Tal como a teoria em que se inspirou, o Modelo de Lassewell implica três premissas fundamentais: os processos são assimétricos (o emissor produz um estímulo e a massa passiva, ao recebe-lo, reage); a comunicação é intencional e tem o objectivo de obter um determinado efeito observável; independentemente das relações sociais, culturais e situacionais, o comunicador e o(s) destinatário(s) têm papeis isolados.

      Quase em simultâneo com este modelo, foram apresentados outros modelos de base linear. Shannon e Weaver, partilham um modelo (criado pelo primeiro, mas alargado a outros campos pelo segundo) essencialmente matemático que permitia medir, cientificamente, a informação.

      Neste modelo, Shannon e Weaver mantêm os cinco campos de estudo de Lassewell, substituindo a Mensagem pelo Transmissor (o qual transforma a mensagem em sinal que pode ser transmitido pelo canal), o Efeito pelo Destino (ponto de chegada da mensagem, quer seja uma pessoa ou uma máquina) e acrescentando a Fonte de Ruídos (inicialmente aplicado, apenas, aos ruídos que afectavam directamente o canal). De referir, também, que o Receptor tem, aqui, um papel diferente: descodifica a mensagem (ao contrário do Transmissor) para que possa ser compreendido pelo destinatário.

      Apesar desta Teoria Matemática da Comunicação ter sido bastante criticada por negligenciar a interacção com o receptor, o papel das redes de comunicação e a componente semântica das mensagens, este é um modelo que continua, com algumas alterações, a ser aplicado em diversos estudos comunicativos. Isto porque, apesar das suas falhas, este processo aplica-se a diversos fenómenos comunicacionais, seja um processo entre duas máquinas, dois seres humanos ou uma máquina e um ser humano.

Modelos de Base Cibernética

      Também conhecidos por Modelos de Base Circular, estes são os modelos que integram o feedback ou a retroacção como elementos reguladores da circularidade da informação e apoiam-se nos desenvolvimentos do campo da cibernética, protagonizados por Norber Wiener.

      Começando pelos modelos de comunicação interpessoal, estes baseiam-se na comunicação face-a-face. São modelos que, na sua génese, consideram um emissor que envia uma mensagem que após sofrer o efeito de barreiras (físicas, culturais, semânticas, etc.) vai chegar ao receptor. Este, por sua vez, envia o seu feedback, o qual vai sofrer o efeito das mesmas barreiras da mensagem inicial.

      O Modelo de Comunicação Interpessoal de Schramm, traz importantes modificações aos modelos lineares, servindo não só para descrever o fenómeno das comunicações interpessoais, como também as comunicações de massas. Schramm alarga os conceitos de codificação e descodificação, ao focar que se trata não de um processo técnico, mas de um meio que o homem tem à sua disposição para comunicar por via de signos, os quais ocupam o lugar de uma experiência. Schramm dota emissor e receptor tanto da capacidade de codificar como da capacidade de descodificar, tornando a comunicação num processo interminável em que há uma constante troca de experiências pessoais, sendo cada ser humano uma central de retransmissão. Mais ainda, este modelo considera a comunicação não verbal, a qual vai possibilitar que os intervenientes corrijam, constantemente, as suas próprias mensagens.

      Já o Modelo Circular de Jean Cloutier, assenta na linguagem áudio-scripto-visual. Este modelo está patente numa das suas obras, em que este autor usa bastante a palavra EMEREC, palavra que significa o indivíduo que recebe e emite informação, ou seja, o homo communicans. Por outro lado, o autor considera que mensagem e linguagem são um todo indissociável, considerando mesmo que a linguagem permite encarnar a mensagem. Finalmente, temos o Medium, o intermediário que transporta a mensagem no espaço e no tempo e que pode significar tanto o canal usado como os instrumentos que permitem utilizar esse canal, ou seja, por exemplo, tanto as ondas de rádio como o emissor radiofónico. Cloutier representa o Medium pela sua dupla face: receptor e emissor de mensagens.

Modelos de Comunicação de Massas

      Tendo nascido da evolução das Teorias Lineares, os Modelos de Comunicação de Massas podem ser considerados Cibernéticos, visto que contemplam sempre o feedback como elemento regulador da comunicação.

      Gerbner apresentou o seu modelo em 1956, é um modelo inovador pelo facto de se alterar de acordo com a situação comunicacional que representa. O modelo baseia-se em diversos “blocos”, os quais podem ser utilizados para descrever desde processos simples, até processos complexos, permitindo assim o estudo de diversos tipos de fenómenos.

      Já no Modelo de Comunicação de Massas de Schramm, adapta o seu modelo de comunicação interpessoal, tornando o emissor numa entidade colectiva, na qual junta o organismo que emite a informação e os mediadores. As operações de codificação, descodificação e interpretação são realizadas por um conjunto de especialistas que utilizam fontes exteriores e têm em conta o feedback. Num jornal, por exemplo, os jornalistas recolhem informações, mas na construção das notícias também têm em conta se notícias anteriores aumentaram ou reduziram a tiragem.

      O Modelo do Processo de Comunicação de Massas, de Maletzke, constitui um bom exemplo académico do estudo da comunicação de massas, visto que toma em consideração as implicações sóciopsicológicas no estudo deste fenómeno. Para além dos elementos, já bem conhecidos, Comunicador, Mensagem, Meio e Receptor, o autor acrescenta o constrangimento causado pelo meio e a imagem que o receptor tem desse mesmo meio. Ou seja, o quotidiano do receptor é influenciado pelas características, ideologias e conteúdos do meio – pressão causada pelo meio – e vais escolher os conteúdos que recepciona de acordo com a imagem que tem do meio.

Modelos Socioculturais e Culturológicos

      Esta perspectiva analisa a cultura de massas e as suas repercussões na sociedade. São modelos que analisam não tanto os meios de comunicação de massas, mas principalmente as vertentes cultural e social que esta modalidade de comunicação criou. Sendo uma vertente de estudo seguida, principalmente, na França, não admira que sejam franceses os autores aqui tratados.

      No Modelo Cultural de Edgar Morin, o autor apresenta a cultura de massas como uma cultura industrial. Ou seja, vê a cultura de massas como o resultado de uma política de produção-consumo. Este autor contrapõe a lógica industrial, a da estandardização, à contra-lógica do individualismo, a da inovação. Existe, por um lado, um padrão de produção, que vai beneficiar dos sucessos passados semelhantes, e por outro a originalidade que garante novos sucessos. Morin refere três elementos: a Criação e a Produção que terão triunfam se derem respostas eficazes às necessidades individuais, algo que as levará ao Consumo por parte do público.

         O Modelo Cultural de Abraham Moles traz uma perspectiva mais cibernética a este tipo de modelos. Moles considera os criadores como aquele que age, que produz novas ideias e que, portanto, emite mais mensagens do que as que recebe. A sua acção vai atingir primeiro o seu micro-meio, um subconjunto da sociedade composto por especialistas ou por pessoas que partilham os mesmos gostos. Logo, as criações vão alterar, até certo ponto, os micro-meios de forma imediata. Aqui, são postas à experiência e só depois têm a possibilidade de circular para o público geral através dos mass-media. Existe, desta forma, uma interacção permanente entre a cultura e o meio a que ela respeita, pela mão dos criadores que provocam uma evolução. Esta interacção é a sociodinâmica da cultura. Igualmente importante para esta sociodinâmica é a aceitação das novas obras e produtos por parte dos mass media. Esta aceitação transforma-os em produtos culturais semelhantes aos outros produtos de consumo, recomeçando o ciclo. Cada ciclo será igual, alterando-se, apenas, a velocidade de circulação das ideias. 

História da Comunicação

Posted in Uncategorized on Janeiro 7, 2010 by André Leite

   O estudo da comunicação tem origem em finais do século XIX. Embora já na Grécia Antiga se estudassem algumas das suas componentes, não se estudava, ainda, a comunicação como um todo. Assim, só no século XX é que se chegou ao conhecimento teórico que permitiu dividir a história da comunicação nos seus diversos momentos. Mais ainda, o contínuo trabalho desenvolvido nestes estudos permitiu distinguir diferentes contextos educativos, os quais se associam a cada etapa da comunicação.

   A primeira fase, a comunicação interpessoal, corresponde às primeiras tentativas de comunicação do Homem. Falamos dum período em que o único medium existente era o próprio Homem, um período em que as limitações da mente humana obrigavam a que a emissão da comunicação se realizasse na presença dos seus destinatários. O Homem não sabia como comunicar senão pela conjugação da sua voz com os seus gestos. Desta forma, os limites espaciais e temporais da comunicação eram extremamente elevados: cada comunicação estava limitada a uma pequena área em torno do seu pontos de origem e ao momento em que se realizava. Para ultrapassar estas limitações surgiram mensageiros e contadores, pessoas cujo único objectivo era o de expandir, respectivamente, o alcance de uma mensagem e a sua duração. Esta etapa da comunicação tinha, na sua base, a comunicação oral e visual. Como tal, a este momento, podemos associar a estrutura educativa da Família, primeira responsável pelo ensino da forma mais básica de comunicação que temos: a expressão oral.

   Durante a segunda etapa, a Comunicação de Elite, a humanidade descobre um conjunto de novas linguagens que, em alguns casos, vão permitir vencer as limitações espácio-temporais que existiam. O desenho, a escrita, entre outras, são linguagens novas que vão permitir ao homem transpor o que deseja comunicar para suportes físicos. O Homem conquista a capacidade para registar o que deseja dizer, conseguindo assim que a sua comunicação não se perca no tempo. Contudo, estas linguagens apresentam um grau de complexidade muito maior. O ser humano apercebe-se da necessidade de ensinar a sua descendência para que esta consiga dominar estes novos media. Para este fim, surge uma nova estrutura educativa: a Escola.

   A terceira fase da comunicação só vai surgir passados vários séculos. Como o nome indica, a Comunicação de Massa corresponde ao momento em que a informação, o conhecimento e a arte ganham o potencial de se espalharem por uma elevada percentagem da população. Só com Gutenberg e a invenção da imprensa é que o Homem descobre esta potencialidade da comunicação. Contudo, o pico da comunicação de massa só surge no século XX após cinco séculos de contínua evolução tecnológica que permitiram à humanidade assistir à criação e vulgarização dos mass media: o livro, o jornal, a rádio, o cinema, a televisão. Os mass media formaram uma nova estrutura educativa, uma estrutura que “ensina” continuamente milhões de pessoas em simultâneo: a Escola Paralela.

   A etapa final da história da comunicação é a Comunicação Individual. Esta fase nasce com os media individuais, ou self-media, os quais conferem ao Homem uma enorme facilidade em informar e informar-se. Ou seja, estamos a falar da Internet, a qual permite a qualquer pessoa ser, simultaneamente, emissor e receptor no processo comunicativo. Em termos de estruturas educativas, isto traduz-se no surgimento da Auto Educação, uma estrutura que vai causar grandes alterações nas restantes estruturas, nomeadamente na Escola. Visto que o aluno passa a ter a capacidade de se auto educar, de procurar o conhecimento e a informação por si mesmo, o professor passa a ter um papel de facilitador da aprendizagem, isto é, passa a poder preocupar-se, principalmente, com as suas funções formativas.

   Esta é uma versão resumida do trabalho sobre a Perspectiva Histórica da Comunicação, segundo trabalho que realizei no âmbito da disciplina Teorias e Modelos de Comunicação. Para quem quiser ler a versão integral, fica aqui disponibilizada.

Epistemologia da Comunicação

Posted in Uncategorized on Janeiro 6, 2010 by André Leite

   Qualquer que seja a ciência que estudamos, é sempre importante começar pelas suas bases. Ora, nada é mais básico do que os conceitos, a definição dos termos técnicos que são utilizados pelos teóricos nos seus estudos. Tal como a matemática nos fala de funções ou de variáveis, tal como a física nos fala de protões ou de neutrões, a comunicação fala-nos da redundância, da entropia, do ruído e das diferenças entre comunicação e informação. Deixo-vos, assim, com o primeiro trabalho realizado no âmbito da disciplina Teorias e Modelos de Comunicação.

Segunda Era

Posted in Uncategorized on Janeiro 4, 2010 by André Leite

   Após uma paragem de mais de um ano, chega a altura de recomeçar a minha actividade “bloguista”. Embora tenha sido criado, originalmente, para uma disciplina do meu curso, decidi aproveitar este blog para nova disciplina, desta feita da minha pós-graduação. Poderia ter criado um novo blog, é certo, mas creio que terá algum interesse observar as diferenças das duas disciplinas aqui presentes, bem como as suas complementaridades.

   A primeira disciplina para que utilizei este blog foi EAM, Ergonomia das Aplicações Multimédia. No âmbito desta disciplina, abordei aqui as temáticas da Usabilidade e Acessibilidade aplicadas a páginas web, infografias entre outros elementos do mundo da multimédia. Estes são elementos bastante importantes para uma boa comunicação dos criadores destas aplicações e todo o público a quem se dirigem. Visto que o segundo capítulo deste blog será dedicado a Teorias e Modelos de Comunicação, sinto que será bastante positivo observar a forma como estas duas disciplinas podem interagir uma com a outra de forma a maximizar o estudo da comunicação. Espero, portanto, que esta seja uma experiência enriquecedora, não só para mim, mas para todos aqueles que acompanharem este blog.

Infografia (Assembleia da Républica)

Posted in Uncategorized on Janeiro 16, 2009 by André Leite

Este é o primeiro modelo conceptual que foi apresentado na última aula de EAM.

A infografia vai ser refinada de acordo com as sugestões apresentadas pelos presentes.

Acessibilidade no Ministério do Ensino Superior

Posted in Uncategorized on Janeiro 16, 2009 by André Leite

 

Como responsável pelas matérias respeitantes ao ensino universitário é bastante positivo constatar, após realizar a avaliação automática no examinator e no hera, que o sítio online do Ministério da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior é apenas reprovado num ponto de prioridade 2.

 

Após uma avaliação mais aprofundada com recurso a leitor de ecrã Firevox, comecei por constatar um defeito grave no site. Devido à, pelo menos, aparente incapacidade do Firevox de ler línguas que não a inglesa, decidi tentar navegar pela versão inglesa do site. No entanto, fiquei surpreendido ao verificar que esta versão não é, como o nome indica, a página do ministério em inglês. De facto tanto no Firefox como no Internet Explorer, quando se tenta seguir este link o site apenas muda os seus conteúdos, mantendo-se a língua portuguesa. Esta é uma falha grave visto que torna a página inacessível a pessoas que não saibam falar português.

 

Compreender as informações apresentadas no site torna-se quase impossível para quem se vê forçado a usar o firevox. Para além da barreira linguística, o uso de listas e de imagens na criação dos links dificulta a compreensão daquilo com que estamos a lidar e, se suprimirmos o recurso à visão, torna-se bastante confuso. Fica a dúvida de se estar a lidar com uma imagem ou com um link ou com um simples item de uma qualquer lista.

 

Em termos de imagens, verificamos que existe um caso de inexistência de legenda (pelo menos o meu Firevox não a lê) e que em algumas das restantes a legendagem é insuficiente. Além do mais, o hyperlink para o arquivo de noticias encontra-se mal criado pelo uso dos sinais “<” e “>” que são interpretados pelo leitor como operadores matemáticos.

 

Regressando ao site original, ou seja, à versão portuguesa, verificamos que a leitura se torna ainda pior. Ao contrário da chamada versão inglesa, o número de imagens menor, mas a apresentação de uma legislação, obviamente em português, torna a leitura do Firevox completamente imperceptível.

 

Concluo que, embora o sítio do Ministério da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior esteja aprovado pelo hera e pelo examinator, este poderia estar ainda melhor, apesar de boa parte dos defeitos a nível do entendimento do leitor estarem, provavelmente, ligados às limitações do próprio Firevox.

Biblioteca Aberta ao Ensino Superior

Posted in Uncategorized on Janeiro 16, 2009 by André Leite

 

Com o objectivo de promover o aumento da acessibilidade de obras e manuais educativos (e não só) e das páginas Web portuguesas, a BAES (Biblioteca Aberta ao Ensino Superior) é um farol para aqueles com necessidades especiais que “os impede de usufruir dos normais formatos de disponibilização da informação”.

 

Com pouco mais de dois anos, a BAES já reúne mais de 3000 obras em diversos formatos de modo a torná-las acessíveis ao maior número de pessoas possível. O principal “target” desta iniciativa, coordenada pela Universidade do Porto, é os estudantes com deficiência. Isto porque, até ao surgimento da BAES, que estabeleceu parcerias com várias universidades espalhadas pelo país, não havia sido empreendido um esforço tão grande para disponibilizar, a nível universitário, obras em Braille ou em áudio, algo tão necessário para alguns dos jovens que ambicionam conseguir um curso superior.

 

Actualmente, vivemos num mundo que se encontra interligado pelas maravilhas da tecnologia. Cada vez é mais rápida e fácil a divulgação de informação. Contudo, para aumentar ainda mais a democratização do seu acesso, é essencial aumentar o grau de acessibilidade a essa mesma informação. Se é possível à maioria de nós, com uma ligação à Internet, “viajar” pelo planeta ou ler uma obra à velocidade de um clique do rato e se temos a possibilidade de permitir tais dádivas a um ainda maior número de pessoas, então é nossa obrigação fazê-lo. É este o caminho inevitável que todos os povos do mundo devem seguir para combater a discriminação e para criar um mundo melhor em que todos sejamos vistos verdadeiramente como iguais em capacidades, como activos desta “aldeia global” que podem dar o seu contributo para um mundo melhor.

 

Por isto mesmo é tão necessária a BAES, assim como outras instituições similares; por isto é necessário divulgar estas autênticas obras da humanidade e para a humanidade. A Biblioteca Aberta ao Ensino Superior é um projecto pioneiro cuja missão pode ser resumida numa frase: dar a todos as mesmas oportunidades.

Infografia (Alguns desertos do mundo) II

Posted in Uncategorized on Janeiro 16, 2009 by André Leite

A infografia sofreu alterações numa tentativa de optimização do design. Esta versão foi apresentada na última aula e agora vai ser remodelada de acordo com as questões abordadas.

Infografia (Alguns desertos do mundo)

Posted in Uncategorized on Janeiro 16, 2009 by André Leite

 O conceito da infografia foi alterado em relação à última publicação. Nesta fase pretendemos mostrar a localização de alguns desertos do mundo e vamos referir algumas curiosidades destas regiões. A metáfora que vamos utilizar é “o mundo”. Na interface vamos ter um planisfério, onde cada continente é um botão. Quando o utilizador acede a um continente fica com a informação desse mesmo continente disponível. Posteriormente se for do interesse do utilizador saber mais pode colocar o cursor sobre um deserto específico e irá ter acesso a mais conteúdos.

 

 

Avaliação manual do site pantheon.org

Posted in Uncategorized on Janeiro 16, 2009 by André Leite

Após a avaliação automática chega a altura de avaliar de forma manual a página de informação mitológica pantheon.org. O leitor de ecrã utilizado para este efeito será o Firevox.

Ao abrir a página, o leitor inicia uma descrição quer da imagem inicial quer da estrutura da página inicial em si. Desta forma quem a tenta visualizar fica já precavido para o que irá encontrar. Alinhada do lado direito do cabeçalho, a barra de pesquisa é o segundo elemento a ser percepcionado pelo leitor sendo lido correctamente e sendo possível aceder-lhe com facilidade.

Os problemas de acessibilidade desta página prendem-se, principalmente, com a leitura do texto. Devido à utilização de links no meio do texto e do uso de programação html para a formatação bold de algumas palavras, o leitor pára várias vezes o que, só com recurso a áudio, deixa o utilizador a pensar se está perante vários textos ou um só texto, contribuindo para alguma confusão.

As hiperligações que estão fora do texto poderiam estar, também, criadas de uma melhor forma. Por baixo do subtítulo “What’s New”, existe uma data, em texto, para cada ligação. Esta situação leva a que mais uma vez o leitor cesse a leitura cedo de mais, levando a que se possa pensar tratar-se de um maior número de itens do que aqueles que realmente existem. Já a barra de pesquisa “Jump to Area” permite uma selecção fácil da área da mitologia que se quer consultar, identificando sempre cada secção de forma correcta.

Para realizar um teste um pouco mais aprofundado tentei, sem recurso à visão, procurar o deus Shiva da mitologia Hindu. Quando cheguei à página com os artigos respeitantes a esta mitologia, o leitor avisou imediatamente para o facto de detectar uma divisão da página por frames. Após experimentar com todos os comandos do menu de opções do Firevox verifiquei que era impossível avançar na minha pesquisa sem utilizar o rato para seleccionar a frame com as ligações para cada divindade e, depois de escolher o hiperlink desejado, recolocar o foco (mais uma vez com o rato) do leitor na frame com as informações.

Apesar do toda a informação que se pode encontrar no pantheon.org e de todo o interesse que se possa ter na sua consulta, a conclusão a que chego é que, caso a pessoa em questão tenha deficiência visual, pode ser bastante difícil conseguir uma qualquer consulta dos artigos que se encontram no site e considero, por isso, que a enciclopédia mitológica tem graves problemas de acessibilidade para resolver.